domingo, 27 de janeiro de 2008
Semana Santa
Quando mantos de cor púrpura
E incensos compõem a cidade,
Uma oração deve ser feita
Com devoção e dignidade:
Meu Senhor, meu bom Jesus
Quão longo foi o teu calvário!
Acompanhamos os teus passos até à cruz
Recordamos a tua face no sudário!
E a tristeza que nos invade nestas ruas
Quando te vemos ao passar, na procissão,
É compensada por ouvirmos palavras tuas
É compensada por tu seres a ressurreição!
Meu Senhor, meu bom Jesus
Do calvário até à cruz
Pelas ruas da cidade,
Que sejas um sinal de luz
Que cada um de nós conduz
Pelos caminhos da verdade!
Saber
Quis saber a fundo
Como tudo acontece
Hoje riu-me do mundo
É só o que ele merece!
Era assim que eu pensava
Ao ver a realidade
Hoje penso diferente
Por ver nova verdade!
Do amor, da poesia, da vida,
De tanta coisa esquecida,
Que ninguém consegue ver!
Que afinal o que importa,
É não ter uma vida morta,
Mas vontade de viver!
Lenda do Galo
Era uma vez um galo
Todo de cores pintado
Para uma lenda recordar,
De um crime cometido
Sem se saber quem havia sido
Até de um galego se suspeitar!
Um galego que viajava
Que Santiago venerava
Mas que do cárcere não escapou,
À forca foi condenado
Mas antes de ser enforcado
Um desejo realizou!
Na mesa do magistrado
Havia um galo assado
Que haveria de cantar,
Na hora do enforcamento
Esse seria o momento
De sua inocência provar!
E para espanto geral
O que aconteceu afinal
O galo ergueu-se e cantou!
Não morreu o inocente
E ficou p’ra todo sempre
A lenda que o galo eternizou!
domingo, 16 de dezembro de 2007
Mensagem de Natal
Mensagem de Natal
Natal não é todos os dias,
Mas é quando o Homem quiser
Pois é o Homem que o faz!
É algo mágico e especial
Maior que luzinhas, doces ou presentes
- É um sentimento de Paz!...
…Saúde, Amor, Felicidade…
É tudo o que a ti desejo,
Agora e p'ra todo o sempre,
E também p'ra todos aqueles
Que na tua vida dizem presente!
Feliz Natal
sábado, 1 de dezembro de 2007
Mãe Palavra Mãe
MÃE PALAVRA MÃE
Com três letras apenas
Se escreve a palavra mãe…
Curiosidades pequenas,
Que significados contém?!
Sem consonância e sem rima
Na nossa língua portuguesa
Não tem verso que exprima
Seu significado, sua beleza!
Palavra singular esta
Na nobre língua de Camões…
E nada mais nos resta
Do que encher os corações!
Por esta raridade diria:
É tão grande o seu amor
Que nem pela poesia
Se exprime o seu valor!
Agradecimento à Mãe
AGRADECIMENTO À MÃE
Eu…
Senti-te ainda não era nascido
Olhei-te mesmo sem conseguir ver
Sorri-te sem saber qual o sentido
Chamei-te mesmo sem nada dizer
E tu…
Alimentaste-me mesmo sem teres alimento
Protegeste-me estando tu desprotegida
Acompanhaste-me sempre e em cada momento
Por mim darias a tua vida
Por isso…
Ninguém há que seja mais importante
No coração me trazes a cada instante
Ninguém há nem que seja num segundo
Então…
Enquanto a voz de mim fizer um ser falante
Gritarei para que ninguém fique hesitante:
Obrigado – mãe – porque me trouxeste ao mundo!
(Dedicado à Minha Mãe)
Esperança
ESPERANÇA
Há uma luz de esperança
No nascer duma criança
Todos a devem sentir
E saudá-la a sorrir
É a nossa obrigação
É obra do coração
É a nossa eternidade
Posta à prova de verdade
O continuar da vida
Sempre com paixão sentida
Porque não estamos sós
Isto está pr’além de nós
Mulher
MULHER
Haverá algo mais perfeito
Do que um corpo bem feito
Com tudo o que se quer
No corpo de uma mulher!?
Como seda é sua pele
Perfumado o seu odor
Sabor doce como o mel
A escultura do escultor!
Música é sua voz
Movimento a sedução
Um modelo pintado a sós
O calor duma paixão!
Haverá algo mais perfeito
No corpo duma mulher?!...
- Há, e é certamente um feito!
Ser mãe quando ela quer!
Vivi
VIVI
Os meus antecedentes
Por esta terra passaram,
Só recordo os mais recentes
Milhões para trás ficaram!
Nesta linha da vida
Há uma continuidade,
Por cada ser sentida
Em cada realidade!
Outros depois virão,
Que nunca me conhecerão,
Continuar a caminhada!
E eu sei que passei aqui!
O que importa é que vivi!
Mesmo pr’ós outros não sendo nada!
sábado, 17 de novembro de 2007
O mundo nas minhas mãos
O MUNDO NAS MINHAS MÃOS
Se eu tivesse o mundo nas mãos!
Ai se eu tivesse o mundo nas mãos!...
Ele seria belo, nobre, maravilhoso
Não havia guerras, nem fome, nem dor!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Tudo seria diferente
Porque a vida era transparente
E todos sentiam o verdadeiro amor!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Não havia ricos nem pobres
Porque os que tinham mais
Davam aos que tinham menos
E todos seriam iguais!
O crescimento não se media pela economia
Mas pela amizade, pela cooperação e pela simpatia,
Não havia desemprego nem imposto
Porque todos trabalhavam com gosto
Para construir um mundo com dignidade
- E nunca por obrigação ou necessidade!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ninguém tinha medo de se sujar
Sempre que fosse necessário algo fazer!
Não havia doutores nem subordinados
E todos eram sempre respeitados!
O ambiente era limpo e não havia poluição
Só se produziam produtos saudáveis
Até as embalagens eram biodegradáveis!
Não havia ginásios nem comidas rápidas
Cada um usava a sua energia em coisas práticas!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Não havia limites, nem muros, nem fronteiras
Cada pessoa vivia onde e como desejasse
E respeitavam-se as diferentes maneiras
Ainda que com elas não se concordasse!
Não havia prisioneiros nem cadeias
Porque o crime era abolido
E as polícias não faziam sentido!
As mulheres não praticavam o aborto
Porque havia planeamento familiar,
E as crianças não eram abandonadas
Porque tinham sempre alguém delas a cuidar!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Todas as crianças iam à escola
E aprendiam matérias úteis
Nunca levavam na sacola
Jogos de guerra e coisas fúteis!
As pistolas e outras palavras
Não estavam no dicionário
Porque as armas não existiam
E o poder não era o objectivo diário!
A tecnologia usava-se, sim
Mas para que todos conhecessem
O mundo como um imenso jardim!
Não havia na internet pornografia
Nem filmes com violência na tv
A publicidade para a cultura remetia
E o resultado esperado cada um o vê
Pois se o mal não entrar na imaginação
Não se transforma um dia em acção!
Os grandes valores não eram materiais
Mas humanos, e para todos iguais
Valorizava-se o saber, a inteligência, a dedicação
E até os menos capacitados se tinham como normais
Pois quando se olha com coração
Até nos mais fracos se vêm coisas especiais!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Desde cedo se distinguia
O que é a brincar e o que é sério
E dos mais novos aos anciãos
Tal nunca se misturaria
Para do mundo não haver mistério!
Os jovens não tinham comportamentos de risco
Porque a responsabilidade era a sua lei,
Não havia mortes na estrada
Porque os automóveis andavam devagar
E todos tinham sempre tempo para chegar.
Não havia droga nem prostituição
Pois cada pessoa era feliz na sua íntima união
E não existia o dinheiro
Porque tudo se distribuía sem condição.
Os hospitais quase não eram necessários
Os medicamentos só na última opção
Os lares, orfanatos e berçários
Substituídos pela família, com coração!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ninguém desejava ter fama
Apenas dormindo na cama
Mas os homens eram conhecidos
Por trabalhos por eles desenvolvidos!
Todos frequentavam a universidade
Porque o conhecimento era a prioridade
Todos sabiam escrever, pintar e compor…
A cultura e a arte eram vividas com primor!
Não havia preguiça, nem injustiça, nem inveja
Não se pediam desculpas
Não se sentiam culpas
Nem se pagavam multas!
Não se corria contra o tempo
Nem se fazia da vida um tormento!
Ninguém se suicidava
E só de felicidade se chorava!
As diferenças eram respeitadas
Cada um respondia por si
E só faria pelos outros
O que gostava que fizessem por si!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ele era simples, belo, pleno
Repleto de enriquecimento
Em cada pessoa, animal, ou flor
E até no último momento
A despedida era um acto de amor!
Se eu tivesse o mundo nas mãos…
Mas…
Eu não tenho o mundo nas mãos!
Não tenho, não…
Ensinaram-me…
Ensinaram-me eu aprendi
Que não tenho o mundo nas mãos
Ensinaram-me
Que o mundo não está nas minhas mãos…
O mundo
Está nas mãos de Deus!
(Julho de 2007)
Espaço em branco
ESPAÇO EM BRANCO
Este espaço em branco deixado
É para nele haveres colocado
O que de mim gostavas de ouvir!
E quem me dera a mim saber
O que nele vais escrever
Para melhor te poder sorrir!
................................................
................................................
................................................
Um poema chamado Viana
UM POEMA CHAMADO VIANA
Não há palavras para descrever
Aquilo que estou a ver, aquilo que estou a sentir!
Não há palavras para definir…
Esta alegria tamanha que sobre mim se abate,
Esta emoção intensa que me tomou de arrebate
Não há palavras!...
Como pode alguém viver
Sem esta terra conhecer,
Sem nela se embrenhar,
Sem por ela se encantar!?
Sim, eu sei, o mundo é imenso!...
Há milhares de lugares belíssimos!
Milhares de terras encantadoras!...
Mas Viana!...
Viana é singela, é pura, é nobre!
Viana tem encantamento que qualquer pessoa descobre,
Seja ela abastada ou, como dizer, sim, pessoa mais pobre,
Pois desperta sentimentos que o quotidiano encobre…
— O dinheiro dos ricos esta beleza não compra!
A simplicidade dos pobres a mesma beleza encontra!
…Na paisagem, no património, nas tradições, na gastronomia
Nos materiais que mãos transformam em arte, por magia!
— Conhecer Viana é sinónimo de ser feliz,
É conhecer a obra do mais perfeito artista,
E não é por acaso que toda a gente diz:
— Viana é amor à primeira vista!
Dedicado a Viana do Castelo (2006)
Menina Linda
MENINA LINDA
Minha menina linda,
És a coisa mais querida,
O sol da minha vida
Que no meu coração não finda!
Conheci-te uma donzela
Ajudei-te a crescer.
Hoje, continuas bela
Transformas-te todo o meu ser
A melhor mulher do mundo
Um dia eu te chamei
Disse-te coisas que não sei!
Não te esqueci nem um segundo!
Ainda que a poesia
Nada tenha para te dizer,
Só por ti eu diria
Já valeu a pena viver!
Pois agora eu percebi
Mesmo que não penses assim,
Mais do que tu gostares de mim,
O importante é que eu gosto de ti!
Um poema de amor
UM POEMA DE AMOR
Um poema de amor aqui escrito
Como o fizeram todos os poetas,
Mesmo usando palavras incorrectas
Pode ser declamado como favorito;
Amor que todos os cantores cantaram,
Melodias por compositores compostas,
Estátuas nuas em museus expostas,
Pintores que em telas fantasiaram;
Causa maior de todas as histórias
Em nobres salões e palcos encenadas,
Em livros, filmes, e nas memórias…
…Enredos que mais não são que o reflexo
De hormonas em entranhas segregadas…
Pois, o que seria do amor se não houvesse o sexo!?...
O Atleta
O ATLETA
O atleta esforçado
Merece ser recompensado.
Cada prova é uma batalha,
A luta por uma medalha,
Um objectivo alcançado!
Individual ou em equipa
O seu clube dignifica.
E com grande emoção,
Todos o aplaudirão
Por uma imagem que fica,
De um dia glorioso,
Um atleta vitorioso,
Para sempre no nosso coração!...
Poema para o meu amor
POEMA PARA O MEU AMOR
O teu olhar parou o meu olhar num mar de gente
A dançar, sem o passo acertar, eu te falei
Foste o meu contentamento descontente
Desd’aquele primeiro momento que te olhei.
Seis anos são passados entretanto
Em praias, passeios, noites, e uma flor
Hoje, eu te desejo tanto, tanto...
Tu és e tu serás eternamente o meu amor!
Do meu sombroso Porto à tua airosa Viana
Minhas mãos irei pôr em tua algema.
Será esse, agora e sempre, meu único e grande lema!
Porque a sina não perdoa a quem ama,
Pensando em ti eu peguei a minha pena,
E – minha querida Cidália – para ti, escrevi, com amor, este poema!...
(dedicado à Cidália)
Oitenta e Nove Freguesias
OITENTA E NOVE FREGUESIAS
Oitenta e nove freguesias
Formam um concelho sem fim,
Vila Cova aponta para o mar
Para a montanha aponta Martim!
Negreiros lá mais a sul
É uma terra com sorte,
Só difere de Balugães
Por esta ser mais a norte!
Ucha, Lama e Manhente
São nobres como Adães,
Em Carapeços há boa gente
Como em Barqueiros e Durrães!
Alvito, Tamel, e Areias
São recordadas muitas vezes,
Mas há quem sinta nas veias
A freguesia de Cambeses
(dedicado a Barcelos, 2003)
Quero Amar-te
QUERO AMAR-TE
Quero amar-te como ninguém te amou;
Em toda a parte quero ter-te sem fim;
Como se fosses tu uma parte de mim;
Amar-te até desconhecer quem sou;
Quero encontrar-te se ninguém te encontrou;
Passear contigo entre as flores do jardim;
Colher as mais perfumadas que o jasmim;
Para que por ti saibas quem se apaixonou.
Quando te imagino sabes o que eu vejo:
Alguém que encheria todo o meu ego;
Por isso encontrar-te é o que eu almejo.
E se não podes amar-me por medo
Aqui te deixo um secreto desejo:
Seremos amantes em grande segredo!
Vieira do Minho... Quanto Carinho!
VIEIRA DO MINHO... QUANTO CARINHO!
Era uma vez uma terra que não tinha aeroporto, caminhos-de-ferro, nem porto de mar!
Também não tinha arranha-céus, grandes indústrias, nem auto-estrada!
Era uma terra onde o tempo passava devagar,
Tão devagar que se dizia que nela não acontecia nada…
Era uma vez uma terra encantada!...
Encantada pela verdura dos seus campos!…
Encantada pela fertilidade das sementes!...
Encantada, e muitos eram os encantos,
Engrandecidos pela pureza das suas gentes,
Que a todos acolhiam sorridentes, com abraços quentes, e contentes!...
Era uma vez uma terra,
– Sim, uma terra, era uma vez!...
– Nascida nas encostas duma serra,
Fosse ela da Cabreira, ou do Gerês!...
Era uma vez uma terra!… Uma terra encantada!... Talvez!...
Com montes e vales, pontes e rios, muitos desafios…
Todos tinham que a conhecer, e aprender,
A história gravada em rostos sadios, e nos casarios,
Achados antigos, marcados, artigos, para nunca esquecer!...
Caminhos traçados, animais destemidos que do alto aos baixios vêm beber!
Era uma vez uma terra da qual não se perdia a imagem,
Como se fosse a pintura nobre de um museu, sua moldura, sua tela,
Pintada de azul e verde, todas as cores, na paisagem,
Uma tela natural, que se podia passear nela, tão bela, e singela…
Águas em silêncio sobre as pontes das lagoas, das barragens, ou agrestes na Misarela!...
Mais que tela, era uma vez uma terra que envolvia intensamente…
Os olhos não viam, mas o vento, as aves, as árvores, o silêncio, eram ouvidos!
E nela uma vez envolvidos, loucamente,
Perfumes e odores saem das cozinhas dos pastores – os sabores mais apetecidos…
Era uma vez uma terra que envolvia em todos, e por todos, os sentidos!...
Era uma terra onde a pureza da vida ainda era real,
Onde se encontrava a paz, a saúde, a alegria, a felicidade…
Porque tinha tudo o que era natural,
E era fácil o acesso à civilização, ao progresso, à cidade…
O mar e as praias não estavam longe, o aeroporto, a modernidade!
Era uma terra onde o progresso ainda não tinha trazido o que há de negativo:
– A indiferença, nua e crua, entre as pessoas da rua; o trânsito; o stress; a poluição…
– Os afectos partilhavam-se quer se fosse ou não fosse conhecido,
Nenhuma pessoa se cruzava sem haver uma saudação,
Por isso esta terra entrava, e ficava, no coração! Que sensação!...
Uma terra onde sonhar ainda era permitido,
Onde a fantasia pairava como bruma sobre as encostas ao amanhecer,
E os raios de sol faziam brilhar de todas as cores as gotas do orvalho na noite caído…
Ou então, porque não, passar noites ao serão, sobre céu, até o sol nascer,
Ver as estrelas tão brilhantes, cintilantes, como se muito tivessem para nos dizer!...
Ouvir a noite, sons estranhos, das árvores, das águas, dos animais, sei lá que mais…
Talvez fadas, duendes, gnomos, seres misteriosos que descem das montanhas,
Coisas que se podem imaginar, por todas aquelas florestas, abismais,
Sei lá que coisas, viajam nas águas, nos ventos, coisas sem corpo, e tamanhas,
Coisas normais para os habitantes locais, mas que aos outros entram pelas entranhas!...
Terra de vários concelhos formada, termos, coutos e vilas, extintos,
Testemunhos, muitos, arqueológicos achados,
De povos antigos habitando seus labirintos,
Mamoas, menires, figuras rupestres, castros, e utensílios pouco explorados,
Todos os tempos humanos podem aqui ser recordados!...
Suevos, Romanos, Napoleónicos e Liberalistas
Todos em ti fizeram história!...
Basta olhar atentamente e se encontram as pistas,
O foral de D. Manuel fica retido na memória,
Mas quantos mais actos te levaram, e levarão, à glória!
Quero passear na via de Astorga como os romanos,
Abrigar-me como os pastores nos abrigos da Serradela,
Caçar os lobos nas armadilhas, levados com enganos,
Ou ler a pedra escrita no vale do Turio – o que diz ela?!...
…Ninguém levará a mal, se dançar, no festival, da ilha do Ermal – vida bela!
…Porque a harmonia entre a terra e o homem permanece,
Após muitos anos de história – e de histórias… que histórias! – de um longo passado,
Não há o dia em que por estar ferida a natureza se enfurece,
Como noutras terras acontece, por seu equilíbrio haver sido provocado!
– Como esta terra não há outra em nenhum lado!...
Para que serve a civilização, a ciência, a tecnologia,
Se não trazem ao homem o que ele precisa no seu caminho,
E que esta terra tem, envolto em poesia…
– Alimento, ar puro, tempo, ternura – amor – e carinho…
Só em ti, minha…Vieira do Minho!
(Dedicado a Vieira do Minho, 2007)
Aveiro Primeiro
AVEIRO PRIMEIRO
Se,
Recuarmos ao infinito do tempo
E encontrarmos a origem da vida
Sabemos que houve um momento
Em que ela assim foi definida;
Foi quando a imensidão dos mares
Se uniu com ao pó quente da terra
E nos mais perfeitos lugares
O segredo da vida se encerra;
Foi onde se encontrou a harmonia
Entre os elementos da natureza
No universo surgiu um novo dia
Repleto de pura beleza…
Também,
Se partíssemos do fundo do mar
E subíssemos ao alto da serra
Entre ambos iríamos encontrar
A essência da vida na terra…
Por isso,
Devemos todos concordar,
Que se da vida houvesse um viveiro,
Em Portugal onde ele iria estar,
Com certeza que era em Aveiro!
Primeiro,
Vou subindo no moliceiro
Pelas calmas águas da ria
E em cada canal eu diria:
Como não te vi antes Aveiro!?
Apreciando o belo casario
Que dos reis já se faz história
Não mais sairás da memória
Terra foz do Vouga, o rio
Salinas brancas na terra plana…
Quando te vejo sabes o que eu faço?!
Recordo a Infanta Joana…
Ovos moles na feira de Março…
Se houver quem não te aclama,
Compense-te o meu abraço!
Depois,
Não é por acaso Aveiro
Que mereces entrar no roteiro
Daqueles que surgem primeiro
Em Portugal e no mundo inteiro
Não é por acaso Aveiro!...
Dedicado a Aveiro (2007)
Tu
TU
Quando olho as estrelas,
Penso em ti!
Quando olho o mar,
Penso em ti!
Tudo me diz uma coisa:
Só quero que estejas aqui!
Só aqui me dás alegria,
Só aqui me dás felicidade!
Junto a ti vivo fantasia,
Junto a ti sinto realidade!
Contigo tudo é poesia,
Contigo só há uma unidade!
O amor! Tu e eu!
Mais que todas as estrelas do céu!...
Hino ao Gil Vicente
HINO AO GIL VICENTE
Gil Vicente!
A tua gente vai-te apoiar!
Gil Vicente!
Vai em frente, tu vais ganhar!
Gil Vicente!
Neste dia se faz história!
Gil Vicente!
Esta alegria é tua vitória!
Cantaremos vezes sem fim
Até o Gil mostrar que sim,
E as bandeiras se agitarão
P’ra todos nós tu és campeão!
Gil Vicente!
Tua cidade tu honrarás!
Gil Vicente!
É a’mizade qu’aqui nos trás!
Gil Vicente
Com ousadia irás vencer!
Gil Vicente!
Em harmonia vamos crescer!
(Dedicado ao Gil Vicente Futebol Clube, 2003)
Festa das Flores
FESTA DAS FLORES
Em 2004 a Campo Maior
Minhas férias vim passar,
Nunca imaginei ver tanta flor
Em tanta rua a ornamentar!
Lá no Minho de onde eu sou
Também fazem muitas festas,
Mas ninguém imaginou
Fazer umas como estas!
Aquilo que estou a ver
Até custa a acreditar,
E sei que para agradecer
Alguém teve que chorar!
É como ir ao céu
Estar num sonho, ver magia,
É como se um véu
Tudo envolvesse em poesia!
Parabéns a este povo
Do fundo do coração,
Pois me deu algo de novo
Que senti com emoção!
(Dedicado a Campo Maior, 2004)
Martelo de S. João
MARTELO DE S. JOÃO
Na noite de S. João,
Havia uma tradição
Que a todos dava alegria!
Um martelo a assobiar,
Na cabeça a martelar,
Que às vezes até doía!
Mas vieram os forasteiros,
De muitos ares estrangeiros,
Todos de laranja vestidos!
Que sem nada perceber,
Noutro lado começam a bater,
E era vê-los destemidos.
E as moças até gostaram,
Pois as nádegas abanaram,
Para melhor lhe martelar!
E quem sabe se no rol,
Por causa do futebol,
A tradição não vai mudar!
(Dedicado ao S. João de Braga, 2004)
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
O Patinho Azul
O PATINHO AZUL
Era uma vez um cavalo
Que corria, corria sem parar
E um pato estava a olhá-lo
E ria de patas para o ar!
Era feio, amarelo, grande bico
Um pato que parecia o mafarrico
Acordava logo cedo, manhãzinha
E comia um saco inteiro de farinha!
E o seu dono, que era o moleiro
Atrás do pato corria o dia inteiro
Resmungando, atirava-lhe com um pau
E dizia “porque não vem o lobo mau!”
E ao ver este espectáculo da janela
A carochinha não queria acreditar nela
Saiu de casa e foi até à floresta
E à avozinha contou a grande festa!
Como o capuchinho não se aproximou
O lobo mau pelo cavalo esperou
Montou-o que ele até estremeceu
E ao ver o pato logo o comeu
Por não ter quem para ele olhasse
O cavalo nunca mais correu
Por não ter a quem um pau atirasse
Enterrado em farinha o moleiro morreu!...
Quem te fez nascer Portugal!?...
Quem te fez nascer Portugal!?...
(...)
Quem te fez nascer junto ao mar
Continente e oceano, a separar
Preciosidade que em si encerra,
Países inteiros a representar
Num mapa todos a englobar
— És tu o centro da terra!
(...)Já pensaram que o mundo se representa com Portugal no centro, porque foram os portugueses os primeiros a desenha-lo!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Mundo a Brincar
MUNDO A BRINCAR
Neste mundo a brincar
É natal em cada dia,
Cá se vêm encontrar
Realidade e fantasia.
Cada brinquedo em que tocares
Há uma mensagem que diz:
Mesmo longe dos teus olhares
Uma criança vai ser feliz.
Uma criança com bonecas
Com casas, carros ou bicicletas,
Uma criança, duas ou três,
Que como tu alcançou
O que sempre desejou:
Ser criança outra vez!
Dedicado à Toys "R" Us (2003)
sábado, 13 de outubro de 2007
Que me importa
QUE ME IMPORTA
Que me importa
Se não me conhecem
Se não lêem os meus versos
Se não recitam as minhas rimas!?...
Que me importa
Se não me enaltecem
Se há comentários adversos
Se pelos escritos me oprimas!?...
Que me importa
Que me afunde e em que portos
Que não fecunde quaisquer corpos
Ser clube de poetas mortos!?...
…Que me importa
Sabendo como vivi!
Quanta poesia senti!
- Tenho orgulho em ti!
Espelho meu!
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Ser eu já não era
SER EU JÁ NÃO ERA
Ser eu ainda não era!…
Mas sim, ai quem me dera
Sentir como todos sentiam
Sorrir como outros sorriam
Querer o que eles queriam
Mais ser do que quimera
Mas ser eu ainda não era!
Ser eu ainda não era!...
Mas não tardaria a espera
Que sobre mim abatida
Sina por cigana lida
Toda pr’a mim prometida
Sorte será que impera?
Mas ser eu ainda não era!
Fosse quem fosse e quisera
Sonho que satisfizera
Preparar uma chegada
De mistério inteiro cercada
P’ra mim ela foi enjeitada
Mas ser eu ainda não era
Tão longa seria a espera!
Ser eu ainda não era!
Mas uma vontade impera
Que me faria nascer
Com alegria viver
Me daria todo o meu ser
Viesse de onde viera
P’ra ser o que ainda não era!
Ser eu sou assim!...
Neste presente jardim
Com natureza rainha
Na vida, a tua e a minha
Seguida em cada linha
Com sorte nasci em mim
Pois ser eu sou assim!
Ser eu sou assim!...
Qual flor de jasmim
Anel de diamantes
Agora tal como antes
Sempiternos amantes
Perdido ando de mim!
Se ser eu sou assim!
E ninguém o sabe, enfim
Qual será pois o fim
Para onde me leva a jangada
Como termina a jornada
Esquecida ou glorificada
Ninguém sabe, enfim
Como termina o festim!
Ser eu sou assim!...
Viver em frenesim
Vida com sedução
Tida com emoção
Tão perto do coração
Viver até ao fim
Ser eu sou assim!...
Ser eu já não sou!...
Já cá não está quem falou
Viver nova dimensão
Para uns sim, outros não
Que me importa, pois então
Para onde agora eu vou
Se ser, eu já não sou!
Ser eu já não sou!...
E aquilo que aqui ficou
Uma verdade dura
Envolta numa moldura
Seja nobre, até impura
É só o que ficou
Agora que eu já não sou!
Ser eu já não sou!...
Minha voz já ecoou
Por um abismo sem fundo
E não mais vem mal ao mundo
Por palavras de vagabundo
Ecoar onde ecoou
Porque ser eu já não sou!
E se ser eu já não sou
Por aqui alguém andou
Que na vida viu sim a luz
Tudo o que viu sim seduz
Que a palavras se reduz
Só poesia aqui ficou
Já que ser eu já não sou!
Ser eu já não era!...
Esse era meu triste fado
A brincar com o passado
Ou até estando presente
Nunca estive, pois fui ausente
É o meu destino duro
Do passado até ao futuro!
Eu sei que ser eu não era
Mas foi a opção que fiz
Na verdade eu fui feliz
E quem me dera, isso sim
Que outros fossem assim
Isso sim, quem me dera
Que fossem aquilo que eu era!
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Inauguração
INAUGURAÇÃO
No momento da inauguração
Há uma fita a ser cortada,
Separa o tempo da construção
Do da obra acabada!
De um lado há uma homenagem
Em forma de lembrança escrita,
Há também uma mensagem
No outro lado da fita!
Uma mensagem de esperança
De termos um mundo melhor
Que encontramos na evolução!
Uma homenagem na lembrança
De quem trabalhou com rigor
E para quem dedicamos, com muita força, esta grande ovação!...
(2003)
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Qualquer Pessoa
QUALQUER PESSOA
Qualquer pessoa podia ser
Chamada aqui a escrever
Chamada aqui a criar
Aquilo que está a ler
Qualquer pessoa podia fazer
Os versos aqui escritos
Pensar nos seus requisitos
Fazê-los até mais bonitos
Qualquer pessoa podia criar
A mais bela obra de arte
Aqui ou em qualquer parte
Ainda melhor do que eu
E se isso é sempre assim
Porque me calhou a mim?!...
sábado, 6 de outubro de 2007
Seja Bem-Vindo
SEJA BEM-VINDO
Seja bem-vindo!
Este é o mundo dos homens!
Que sentem, sonham e duvidam,
Que vivem na eterna descoberta
Entre recordações, desejos e esperanças...
Mas, que também pensam e sabem,
Que cada chegada é uma nova vida
Cada vez mais enriquecida
Que nos vem também enriquecer.
E na hora da partida,
Que não tarde a despedida,
Em breve nos voltaremos a ver!
Boa Viagem!...
(para colocar na entrada de casa)
Minha Página
MINHA PÁGINA
Aqueles que me encontrarem
Por estas telas, nestas paragens,
Se disponham a me levarem
P’ra outras terras, noutras viagens!
Este é o meu mundo,
Minha página, minha vida!
Abram-na, vão ao fundo!
Não a deixem esquecida!
Eu sou um pouco de vós!
Vós sóis um pouco de mim!
Não queiramos ficar sós,
O mundo funciona assim
Com partilha, comunicação, interactividade
Com prazer, com paixão, emoção, sedução e felicidade!...