terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Janela da Alma
Humanos, de vós vejo um outro mundo
De íntimos desejos realizados transposto
Às vezes me dais prazer, outros desgosto
Por tão fútil ser, ou então… profundo…
Guerra e amor, felicidade e dor, sem qualquer pudor
Que por palavras, imagens e sons no íntimo tocam
Histórias, dedicatórias, ou ideias inglórias que chocam
Sinais de grande valor, misturados com gritos de terror...
E tudo, tudo sem haver um limite
Excepto o daquele que o transmite
E que pela liberdade ao anonimato se remete,
Entre blogs, chats, emails, webcams, sei lá que mais
Sítios nobres que num clique me enojais
Estranho mundo por onde vos manifestais, o da internet!
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Quem Te Sonhou Ó Viana?!...
Quem te sonhou ó Viana?!...
Quem te sonhou ó Viana?!...
Quem te sonhou, ó Viana
Criou o que de ti emana
E te fez nobre e singela?!
Só pode ser quem te ama
Quem sempre te aclama
Ou não foras sempre tão bela!
Quem te deu tamanha glória,
E te fez ficar na história
Com a linda caravela?!
Tão grande é a vitória
Que jamais sairá da memória
Como foras pura donzela!
Quem te fez crescer assim
Envolta nesse jardim
De natureza criado?!
Eu direi de mim para mim
Só arte divina, só sim
Te pode ter edificado!
Quem te sonhou ó Viana
Tão fina como a filigrana
Luzente como o seu ouro?!
Possante como a porcelana
Com nobre moldura humana
- Por tudo és um tesouro!
Terra plena de ternos encantos
Céu azul, e com verdes campos
De um terminar quase sem fim!
E em todos os teus recantos
Há magia, e eles são tantos
Quem pode ter sonhado assim?!
Tu tens rio, também tu tens mar,
Tu tens montanhas de encantar
Que se perdem no horizonte!
Quem quiser por ti passear
Nunca mais vai poder parar
Tal a sede de que és fonte!
És cidade monumental
Tão perfeita e magistral
Para quem quiser aprender,
Aquilo que é essencial
Um saber muito natural
Que feliz faz sempre viver!
Agradecer ao nosso quinto rei
De Portugal, é o que eu farei
Por esta terra, por todos nós!
Como o fez, isso eu não sei
Mas o foral foi a sua lei
No rio Lima, na sua foz!
Com este poema singelo
Que por simples sempre nivelo
Com um sentimento profundo,
Pois não há nada de mais belo
Que esta Viana do Castelo
Conheça-se ele todo o mundo!
Tu és a cidade encantada
Seja dia ou seja madrugada
Em cada rua e em cada praça!
Tu tens em cada fachada
Uma pérola bem adornada
Que com surpresa me abraça!
Desde a montanha até ao rio
Um enorme e vivo desafio
E ninguém o pode perder!
Cada passo que eu delicio
Cada vez mais eu desconfio
Que ficou muito ainda por ver!?
Do redondel até à praia norte
Tudo se sente que nos reconforte
Sejam sons, olhares, ou odores,
Pois aqui tudo é muito forte
Ou não fosse esta terra de sorte
Moldada pelos pescadores!
Nas ruelas do histórico centro
Por entre elas eu sempre só entro
Se tiver muito tempo, enfim,
Porque nelas eu me reconcentro
E após eu estar lá dentro
Perdido eu fico de mim!
Museus e igrejas também
Preciosidades aqui e além
Oh! Cidade tão palaciana!
Tens em todo este vai e vem
Uma imagem que a vista retém
Junto à estátua de Viana!
Quem te sonhou talvez já saberia
Que alguém por ti interviria
Lá mesmo juntinho do céu!
Bendita Santa Luzia
Sempre ela te abençoaria
Cobrindo-te com o seu véu!
Só sabe quem lá subiu
Aquilo que descobriu
E jamais o esquecerá,
Porque tudo o que sentiu
Ao ver aquilo que viu
Por palavras não se dirá!
O poeta disse um dia
Que ao olhar o que de lá via
Não podia se expressar…
…Era tanta a poesia
Que só uma coisa sentia:
- A vontade de chorar!
A cidade, o rio, o mar
Até onde a vista alcançar
Com praias e serras também!
As cores moldam o olhar
E o tempo parece parar
- Celestial imagem detém!
No regresso fica uma mensagem
Ditada por aquela paisagem
Que sempre nos faz recordar…
Façamos qual for a viagem
Ao vermos aquela imagem
A Viana nos sentimos chegar!
Quem te sonhou com tradições
Que enchem os nossos corações
Pois com todas tu agradas!?...
São muitas as tentações
Que trazem recordações
Sejam profanas, sejam sagradas!
Com o cantar das janeiras
Começam as festas e feiras
Que o ano preencherão,
Com gentes hospitaleiras
Por romarias inteiras…
Todos os dias de verão!
Quem não viu já dançarina
Tocada pela concertina
Num qualquer dos teus terreiros,
Dançar sempre em repentina
“A saia da Catarina”
Alegrando os forasteiros?!
Por todas as igrejas, capelas
Procissões, às vezes de velas
Alimentam pessoas com fé,
Todos podem participar nelas
Ou pôr as colchas sobre as janelas
Em redor das ruas da Sé!
Maravilhosos cestos floridos
De flores naturais coloridos
Com arte eles foram criados,
Por todos muito seduzidos
Sobre a cabeça são trazidos
Por minhotas, bem equilibrados!
Mas se há uma romaria
Onde nunca falta a alegria
E toda feita de tradição,
É a das festas da Agonia
Onde uma enorme euforia
Se impõe sempre em cada verão!
Gigantones e cabeçudos
Menores ou até mais graúdos
A ensurdecer com seus bombos,
Mais graves ou mais agudos
Todos aplaudem, até os miúdos!
- E não param na praça os pombos!
E no bairro dos pescadores
Em cada mesa há sabores
Dos mais merecidos banquetes,
Porque nas ruas todas as cores
Transformaram a noite em flores
- Que lindos que são os tapetes!...
…Para a Senhora passar
Após sua ida ao mar
Nos barcos – qual o mais enfeitado!?
Todos a querem saudar
Ou não fosse ela a guardar
Cada qual que ande embarcado!
E o cortejo da mordomia,
Do traje, e etnografia!
- Mas que festa tão grandiosa!
Com folclore de noite e de dia
Arraiais, pirotecnia!…
…Cachoeira grande e luminosa!
Quem te sonhou nesse Minho
Fértil terra e verde vinho
Lavradeira tão tradicional?!
Trajes, todos eles de linho
Para Santiago, és um caminho
Enriqueces todo Portugal!
Regionais linhos bordados
Artesanais, são fabricados
Para belas recordações,
Com muitas cores adornados
São azuis e são encarnados
São flores ou são corações!
Parte integrante do folclore
Loiça útil ou que decore
Planta fresca e balsâmica,
Pois quem dela se enamore
Em cada peça comemore
- Viana, a regional cerâmica!
E nas doces degustações
Saborosas são as sensações
Em cada sabor saboreado,
Quem sabe quais são as canções
Que embalaram todos os serões
Em que esteve o poeta Amado!?
Cada conta é a candura
De um ouro que sempre perdura
Seja qual seja a ladainha!
Cada pendente é a ternura
Por cada amada, a loucura
Todas com brincos à rainha!
Quem te sonhou junto ao mar
Por todo o mundo a navegar
Em ondas e águas mil?!
Quem quer ainda embarcar
Mesmo que só para recordar
Subindo a bordo do Gil?!
Quem criou as tuas raias
Transpô-las pelas alfaias
Lutou por ti sem temor?!
Quem se enfeitiçou porque saias
Do sol poente nas praias
Amou-te com todo o amor?!
Encontros de viajantes
Festivais emocionantes
Cultura para promover,
As terras mais fascinantes
Nem todos os diamantes
Unidos, conseguem ser!
Quem cantou a tua vida
Eloquente e destemida
E aos poetas deu voz!?
Só a nossa Amália querida
Para cantar foi ela nascida
Foi a voz de todos nós!
Quem te sonhou ó Viana
Com sangue que não engana
Como engana a fantasia?!...
Toda a gente declama
E sempre te proclama:
- Ó meu amor de algum dia…
domingo, 27 de janeiro de 2008
Semana Santa
Quando mantos de cor púrpura
E incensos compõem a cidade,
Uma oração deve ser feita
Com devoção e dignidade:
Meu Senhor, meu bom Jesus
Quão longo foi o teu calvário!
Acompanhamos os teus passos até à cruz
Recordamos a tua face no sudário!
E a tristeza que nos invade nestas ruas
Quando te vemos ao passar, na procissão,
É compensada por ouvirmos palavras tuas
É compensada por tu seres a ressurreição!
Meu Senhor, meu bom Jesus
Do calvário até à cruz
Pelas ruas da cidade,
Que sejas um sinal de luz
Que cada um de nós conduz
Pelos caminhos da verdade!
Saber
Quis saber a fundo
Como tudo acontece
Hoje riu-me do mundo
É só o que ele merece!
Era assim que eu pensava
Ao ver a realidade
Hoje penso diferente
Por ver nova verdade!
Do amor, da poesia, da vida,
De tanta coisa esquecida,
Que ninguém consegue ver!
Que afinal o que importa,
É não ter uma vida morta,
Mas vontade de viver!
Lenda do Galo
Era uma vez um galo
Todo de cores pintado
Para uma lenda recordar,
De um crime cometido
Sem se saber quem havia sido
Até de um galego se suspeitar!
Um galego que viajava
Que Santiago venerava
Mas que do cárcere não escapou,
À forca foi condenado
Mas antes de ser enforcado
Um desejo realizou!
Na mesa do magistrado
Havia um galo assado
Que haveria de cantar,
Na hora do enforcamento
Esse seria o momento
De sua inocência provar!
E para espanto geral
O que aconteceu afinal
O galo ergueu-se e cantou!
Não morreu o inocente
E ficou p’ra todo sempre
A lenda que o galo eternizou!
domingo, 16 de dezembro de 2007
Mensagem de Natal
Mensagem de Natal
Natal não é todos os dias,
Mas é quando o Homem quiser
Pois é o Homem que o faz!
É algo mágico e especial
Maior que luzinhas, doces ou presentes
- É um sentimento de Paz!...
…Saúde, Amor, Felicidade…
É tudo o que a ti desejo,
Agora e p'ra todo o sempre,
E também p'ra todos aqueles
Que na tua vida dizem presente!
Feliz Natal
sábado, 1 de dezembro de 2007
Mulher
MULHER
Haverá algo mais perfeito
Do que um corpo bem feito
Com tudo o que se quer
No corpo de uma mulher!?
Como seda é sua pele
Perfumado o seu odor
Sabor doce como o mel
A escultura do escultor!
Música é sua voz
Movimento a sedução
Um modelo pintado a sós
O calor duma paixão!
Haverá algo mais perfeito
No corpo duma mulher?!...
- Há, e é certamente um feito!
Ser mãe quando ela quer!
sábado, 17 de novembro de 2007
Quero Amar-te
QUERO AMAR-TE
Quero amar-te como ninguém te amou;
Em toda a parte quero ter-te sem fim;
Como se fosses tu uma parte de mim;
Amar-te até desconhecer quem sou;
Quero encontrar-te se ninguém te encontrou;
Passear contigo entre as flores do jardim;
Colher as mais perfumadas que o jasmim;
Para que por ti saibas quem se apaixonou.
Quando te imagino sabes o que eu vejo:
Alguém que encheria todo o meu ego;
Por isso encontrar-te é o que eu almejo.
E se não podes amar-me por medo
Aqui te deixo um secreto desejo:
Seremos amantes em grande segredo!
Vieira do Minho... Quanto Carinho!
VIEIRA DO MINHO... QUANTO CARINHO!
Era uma vez uma terra que não tinha aeroporto, caminhos-de-ferro, nem porto de mar!
Também não tinha arranha-céus, grandes indústrias, nem auto-estrada!
Era uma terra onde o tempo passava devagar,
Tão devagar que se dizia que nela não acontecia nada…
Era uma vez uma terra encantada!...
Encantada pela verdura dos seus campos!…
Encantada pela fertilidade das sementes!...
Encantada, e muitos eram os encantos,
Engrandecidos pela pureza das suas gentes,
Que a todos acolhiam sorridentes, com abraços quentes, e contentes!...
Era uma vez uma terra,
– Sim, uma terra, era uma vez!...
– Nascida nas encostas duma serra,
Fosse ela da Cabreira, ou do Gerês!...
Era uma vez uma terra!… Uma terra encantada!... Talvez!...
Com montes e vales, pontes e rios, muitos desafios…
Todos tinham que a conhecer, e aprender,
A história gravada em rostos sadios, e nos casarios,
Achados antigos, marcados, artigos, para nunca esquecer!...
Caminhos traçados, animais destemidos que do alto aos baixios vêm beber!
Era uma vez uma terra da qual não se perdia a imagem,
Como se fosse a pintura nobre de um museu, sua moldura, sua tela,
Pintada de azul e verde, todas as cores, na paisagem,
Uma tela natural, que se podia passear nela, tão bela, e singela…
Águas em silêncio sobre as pontes das lagoas, das barragens, ou agrestes na Misarela!...
Mais que tela, era uma vez uma terra que envolvia intensamente…
Os olhos não viam, mas o vento, as aves, as árvores, o silêncio, eram ouvidos!
E nela uma vez envolvidos, loucamente,
Perfumes e odores saem das cozinhas dos pastores – os sabores mais apetecidos…
Era uma vez uma terra que envolvia em todos, e por todos, os sentidos!...
Era uma terra onde a pureza da vida ainda era real,
Onde se encontrava a paz, a saúde, a alegria, a felicidade…
Porque tinha tudo o que era natural,
E era fácil o acesso à civilização, ao progresso, à cidade…
O mar e as praias não estavam longe, o aeroporto, a modernidade!
Era uma terra onde o progresso ainda não tinha trazido o que há de negativo:
– A indiferença, nua e crua, entre as pessoas da rua; o trânsito; o stress; a poluição…
– Os afectos partilhavam-se quer se fosse ou não fosse conhecido,
Nenhuma pessoa se cruzava sem haver uma saudação,
Por isso esta terra entrava, e ficava, no coração! Que sensação!...
Uma terra onde sonhar ainda era permitido,
Onde a fantasia pairava como bruma sobre as encostas ao amanhecer,
E os raios de sol faziam brilhar de todas as cores as gotas do orvalho na noite caído…
Ou então, porque não, passar noites ao serão, sobre céu, até o sol nascer,
Ver as estrelas tão brilhantes, cintilantes, como se muito tivessem para nos dizer!...
Ouvir a noite, sons estranhos, das árvores, das águas, dos animais, sei lá que mais…
Talvez fadas, duendes, gnomos, seres misteriosos que descem das montanhas,
Coisas que se podem imaginar, por todas aquelas florestas, abismais,
Sei lá que coisas, viajam nas águas, nos ventos, coisas sem corpo, e tamanhas,
Coisas normais para os habitantes locais, mas que aos outros entram pelas entranhas!...
Terra de vários concelhos formada, termos, coutos e vilas, extintos,
Testemunhos, muitos, arqueológicos achados,
De povos antigos habitando seus labirintos,
Mamoas, menires, figuras rupestres, castros, e utensílios pouco explorados,
Todos os tempos humanos podem aqui ser recordados!...
Suevos, Romanos, Napoleónicos e Liberalistas
Todos em ti fizeram história!...
Basta olhar atentamente e se encontram as pistas,
O foral de D. Manuel fica retido na memória,
Mas quantos mais actos te levaram, e levarão, à glória!
Quero passear na via de Astorga como os romanos,
Abrigar-me como os pastores nos abrigos da Serradela,
Caçar os lobos nas armadilhas, levados com enganos,
Ou ler a pedra escrita no vale do Turio – o que diz ela?!...
…Ninguém levará a mal, se dançar, no festival, da ilha do Ermal – vida bela!
…Porque a harmonia entre a terra e o homem permanece,
Após muitos anos de história – e de histórias… que histórias! – de um longo passado,
Não há o dia em que por estar ferida a natureza se enfurece,
Como noutras terras acontece, por seu equilíbrio haver sido provocado!
– Como esta terra não há outra em nenhum lado!...
Para que serve a civilização, a ciência, a tecnologia,
Se não trazem ao homem o que ele precisa no seu caminho,
E que esta terra tem, envolto em poesia…
– Alimento, ar puro, tempo, ternura – amor – e carinho…
Só em ti, minha…Vieira do Minho!
(Dedicado a Vieira do Minho, 2007)
Aveiro Primeiro
AVEIRO PRIMEIRO
Se,
Recuarmos ao infinito do tempo
E encontrarmos a origem da vida
Sabemos que houve um momento
Em que ela assim foi definida;
Foi quando a imensidão dos mares
Se uniu com ao pó quente da terra
E nos mais perfeitos lugares
O segredo da vida se encerra;
Foi onde se encontrou a harmonia
Entre os elementos da natureza
No universo surgiu um novo dia
Repleto de pura beleza…
Também,
Se partíssemos do fundo do mar
E subíssemos ao alto da serra
Entre ambos iríamos encontrar
A essência da vida na terra…
Por isso,
Devemos todos concordar,
Que se da vida houvesse um viveiro,
Em Portugal onde ele iria estar,
Com certeza que era em Aveiro!
Primeiro,
Vou subindo no moliceiro
Pelas calmas águas da ria
E em cada canal eu diria:
Como não te vi antes Aveiro!?
Apreciando o belo casario
Que dos reis já se faz história
Não mais sairás da memória
Terra foz do Vouga, o rio
Salinas brancas na terra plana…
Quando te vejo sabes o que eu faço?!
Recordo a Infanta Joana…
Ovos moles na feira de Março…
Se houver quem não te aclama,
Compense-te o meu abraço!
Depois,
Não é por acaso Aveiro
Que mereces entrar no roteiro
Daqueles que surgem primeiro
Em Portugal e no mundo inteiro
Não é por acaso Aveiro!...
Dedicado a Aveiro (2007)
Tu
TU
Quando olho as estrelas,
Penso em ti!
Quando olho o mar,
Penso em ti!
Tudo me diz uma coisa:
Só quero que estejas aqui!
Só aqui me dás alegria,
Só aqui me dás felicidade!
Junto a ti vivo fantasia,
Junto a ti sinto realidade!
Contigo tudo é poesia,
Contigo só há uma unidade!
O amor! Tu e eu!
Mais que todas as estrelas do céu!...
Hino ao Gil Vicente
HINO AO GIL VICENTE
Gil Vicente!
A tua gente vai-te apoiar!
Gil Vicente!
Vai em frente, tu vais ganhar!
Gil Vicente!
Neste dia se faz história!
Gil Vicente!
Esta alegria é tua vitória!
Cantaremos vezes sem fim
Até o Gil mostrar que sim,
E as bandeiras se agitarão
P’ra todos nós tu és campeão!
Gil Vicente!
Tua cidade tu honrarás!
Gil Vicente!
É a’mizade qu’aqui nos trás!
Gil Vicente
Com ousadia irás vencer!
Gil Vicente!
Em harmonia vamos crescer!
(Dedicado ao Gil Vicente Futebol Clube, 2003)
Festa das Flores
FESTA DAS FLORES
Em 2004 a Campo Maior
Minhas férias vim passar,
Nunca imaginei ver tanta flor
Em tanta rua a ornamentar!
Lá no Minho de onde eu sou
Também fazem muitas festas,
Mas ninguém imaginou
Fazer umas como estas!
Aquilo que estou a ver
Até custa a acreditar,
E sei que para agradecer
Alguém teve que chorar!
É como ir ao céu
Estar num sonho, ver magia,
É como se um véu
Tudo envolvesse em poesia!
Parabéns a este povo
Do fundo do coração,
Pois me deu algo de novo
Que senti com emoção!
(Dedicado a Campo Maior, 2004)
Martelo de S. João
MARTELO DE S. JOÃO
Na noite de S. João,
Havia uma tradição
Que a todos dava alegria!
Um martelo a assobiar,
Na cabeça a martelar,
Que às vezes até doía!
Mas vieram os forasteiros,
De muitos ares estrangeiros,
Todos de laranja vestidos!
Que sem nada perceber,
Noutro lado começam a bater,
E era vê-los destemidos.
E as moças até gostaram,
Pois as nádegas abanaram,
Para melhor lhe martelar!
E quem sabe se no rol,
Por causa do futebol,
A tradição não vai mudar!
(Dedicado ao S. João de Braga, 2004)
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
O Patinho Azul
O PATINHO AZUL
Era uma vez um cavalo
Que corria, corria sem parar
E um pato estava a olhá-lo
E ria de patas para o ar!
Era feio, amarelo, grande bico
Um pato que parecia o mafarrico
Acordava logo cedo, manhãzinha
E comia um saco inteiro de farinha!
E o seu dono, que era o moleiro
Atrás do pato corria o dia inteiro
Resmungando, atirava-lhe com um pau
E dizia “porque não vem o lobo mau!”
E ao ver este espectáculo da janela
A carochinha não queria acreditar nela
Saiu de casa e foi até à floresta
E à avozinha contou a grande festa!
Como o capuchinho não se aproximou
O lobo mau pelo cavalo esperou
Montou-o que ele até estremeceu
E ao ver o pato logo o comeu
Por não ter quem para ele olhasse
O cavalo nunca mais correu
Por não ter a quem um pau atirasse
Enterrado em farinha o moleiro morreu!...
Quem te fez nascer Portugal!?...
Quem te fez nascer Portugal!?...
(...)
Quem te fez nascer junto ao mar
Continente e oceano, a separar
Preciosidade que em si encerra,
Países inteiros a representar
Num mapa todos a englobar
— És tu o centro da terra!
(...)Já pensaram que o mundo se representa com Portugal no centro, porque foram os portugueses os primeiros a desenha-lo!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Mundo a Brincar
MUNDO A BRINCAR
Neste mundo a brincar
É natal em cada dia,
Cá se vêm encontrar
Realidade e fantasia.
Cada brinquedo em que tocares
Há uma mensagem que diz:
Mesmo longe dos teus olhares
Uma criança vai ser feliz.
Uma criança com bonecas
Com casas, carros ou bicicletas,
Uma criança, duas ou três,
Que como tu alcançou
O que sempre desejou:
Ser criança outra vez!
Dedicado à Toys "R" Us (2003)
sábado, 13 de outubro de 2007
Que me importa
QUE ME IMPORTA
Que me importa
Se não me conhecem
Se não lêem os meus versos
Se não recitam as minhas rimas!?...
Que me importa
Se não me enaltecem
Se há comentários adversos
Se pelos escritos me oprimas!?...
Que me importa
Que me afunde e em que portos
Que não fecunde quaisquer corpos
Ser clube de poetas mortos!?...
…Que me importa
Sabendo como vivi!
Quanta poesia senti!
- Tenho orgulho em ti!
Espelho meu!
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Ser eu já não era
SER EU JÁ NÃO ERA
Ser eu ainda não era!…
Mas sim, ai quem me dera
Sentir como todos sentiam
Sorrir como outros sorriam
Querer o que eles queriam
Mais ser do que quimera
Mas ser eu ainda não era!
Ser eu ainda não era!...
Mas não tardaria a espera
Que sobre mim abatida
Sina por cigana lida
Toda pr’a mim prometida
Sorte será que impera?
Mas ser eu ainda não era!
Fosse quem fosse e quisera
Sonho que satisfizera
Preparar uma chegada
De mistério inteiro cercada
P’ra mim ela foi enjeitada
Mas ser eu ainda não era
Tão longa seria a espera!
Ser eu ainda não era!
Mas uma vontade impera
Que me faria nascer
Com alegria viver
Me daria todo o meu ser
Viesse de onde viera
P’ra ser o que ainda não era!
Ser eu sou assim!...
Neste presente jardim
Com natureza rainha
Na vida, a tua e a minha
Seguida em cada linha
Com sorte nasci em mim
Pois ser eu sou assim!
Ser eu sou assim!...
Qual flor de jasmim
Anel de diamantes
Agora tal como antes
Sempiternos amantes
Perdido ando de mim!
Se ser eu sou assim!
E ninguém o sabe, enfim
Qual será pois o fim
Para onde me leva a jangada
Como termina a jornada
Esquecida ou glorificada
Ninguém sabe, enfim
Como termina o festim!
Ser eu sou assim!...
Viver em frenesim
Vida com sedução
Tida com emoção
Tão perto do coração
Viver até ao fim
Ser eu sou assim!...
Ser eu já não sou!...
Já cá não está quem falou
Viver nova dimensão
Para uns sim, outros não
Que me importa, pois então
Para onde agora eu vou
Se ser, eu já não sou!
Ser eu já não sou!...
E aquilo que aqui ficou
Uma verdade dura
Envolta numa moldura
Seja nobre, até impura
É só o que ficou
Agora que eu já não sou!
Ser eu já não sou!...
Minha voz já ecoou
Por um abismo sem fundo
E não mais vem mal ao mundo
Por palavras de vagabundo
Ecoar onde ecoou
Porque ser eu já não sou!
E se ser eu já não sou
Por aqui alguém andou
Que na vida viu sim a luz
Tudo o que viu sim seduz
Que a palavras se reduz
Só poesia aqui ficou
Já que ser eu já não sou!
Ser eu já não era!...
Esse era meu triste fado
A brincar com o passado
Ou até estando presente
Nunca estive, pois fui ausente
É o meu destino duro
Do passado até ao futuro!
Eu sei que ser eu não era
Mas foi a opção que fiz
Na verdade eu fui feliz
E quem me dera, isso sim
Que outros fossem assim
Isso sim, quem me dera
Que fossem aquilo que eu era!