Mostrar mensagens com a etiqueta portugal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta portugal. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Janela da Alma

Janela da Alma

Humanos, de vós vejo um outro mundo
De íntimos desejos realizados transposto
Às vezes me dais prazer, outros desgosto
Por tão fútil ser, ou então… profundo…

Guerra e amor, felicidade e dor, sem qualquer pudor
Que por palavras, imagens e sons no íntimo tocam
Histórias, dedicatórias, ou ideias inglórias que chocam
Sinais de grande valor, misturados com gritos de terror...

E tudo, tudo sem haver um limite
Excepto o daquele que o transmite
E que pela liberdade ao anonimato se remete,

Entre blogs, chats, emails, webcams, sei lá que mais
Sítios nobres que num clique me enojais
Estranho mundo por onde vos manifestais, o da internet!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Quem Te Sonhou Ó Viana?!...

(Por ocasião da Romaria da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, publico aqui o meu poema "Quem te sonhou ó Viana?!..." dedicado a esta maravilhosa cidade e vencedor de uma Menção Honrosa atribuída pela Câmara Municipal no âmbito das comemorações dos 750 anos do Foral)

Quem te sonhou ó Viana?!...


Quem te sonhou ó Viana?!...

Quem te sonhou, ó Viana
Criou o que de ti emana
E te fez nobre e singela?!
Só pode ser quem te ama
Quem sempre te aclama
Ou não foras sempre tão bela!

Quem te deu tamanha glória,
E te fez ficar na história
Com a linda caravela?!
Tão grande é a vitória
Que jamais sairá da memória
Como foras pura donzela!

Quem te fez crescer assim
Envolta nesse jardim
De natureza criado?!
Eu direi de mim para mim
Só arte divina, só sim
Te pode ter edificado!

Quem te sonhou ó Viana
Tão fina como a filigrana
Luzente como o seu ouro?!
Possante como a porcelana
Com nobre moldura humana
- Por tudo és um tesouro!

Terra plena de ternos encantos
Céu azul, e com verdes campos
De um terminar quase sem fim!
E em todos os teus recantos
Há magia, e eles são tantos
Quem pode ter sonhado assim?!

Tu tens rio, também tu tens mar,
Tu tens montanhas de encantar
Que se perdem no horizonte!
Quem quiser por ti passear
Nunca mais vai poder parar
Tal a sede de que és fonte!

És cidade monumental
Tão perfeita e magistral
Para quem quiser aprender,
Aquilo que é essencial
Um saber muito natural
Que feliz faz sempre viver!

Agradecer ao nosso quinto rei
De Portugal, é o que eu farei
Por esta terra, por todos nós!
Como o fez, isso eu não sei
Mas o foral foi a sua lei
No rio Lima, na sua foz!

Com este poema singelo
Que por simples sempre nivelo
Com um sentimento profundo,
Pois não há nada de mais belo
Que esta Viana do Castelo
Conheça-se ele todo o mundo!

Tu és a cidade encantada
Seja dia ou seja madrugada
Em cada rua e em cada praça!
Tu tens em cada fachada
Uma pérola bem adornada
Que com surpresa me abraça!

Desde a montanha até ao rio
Um enorme e vivo desafio
E ninguém o pode perder!
Cada passo que eu delicio
Cada vez mais eu desconfio
Que ficou muito ainda por ver!?

Do redondel até à praia norte
Tudo se sente que nos reconforte
Sejam sons, olhares, ou odores,
Pois aqui tudo é muito forte
Ou não fosse esta terra de sorte
Moldada pelos pescadores!

Nas ruelas do histórico centro
Por entre elas eu sempre só entro
Se tiver muito tempo, enfim,
Porque nelas eu me reconcentro
E após eu estar lá dentro
Perdido eu fico de mim!

Museus e igrejas também
Preciosidades aqui e além
Oh! Cidade tão palaciana!
Tens em todo este vai e vem
Uma imagem que a vista retém
Junto à estátua de Viana!

Quem te sonhou talvez já saberia
Que alguém por ti interviria
Lá mesmo juntinho do céu!
Bendita Santa Luzia
Sempre ela te abençoaria
Cobrindo-te com o seu véu!

Só sabe quem lá subiu
Aquilo que descobriu
E jamais o esquecerá,
Porque tudo o que sentiu
Ao ver aquilo que viu
Por palavras não se dirá!

O poeta disse um dia
Que ao olhar o que de lá via
Não podia se expressar…
…Era tanta a poesia
Que só uma coisa sentia:
- A vontade de chorar!

A cidade, o rio, o mar
Até onde a vista alcançar
Com praias e serras também!
As cores moldam o olhar
E o tempo parece parar
- Celestial imagem detém!

No regresso fica uma mensagem
Ditada por aquela paisagem
Que sempre nos faz recordar…
Façamos qual for a viagem
Ao vermos aquela imagem
A Viana nos sentimos chegar!

Quem te sonhou com tradições
Que enchem os nossos corações
Pois com todas tu agradas!?...
São muitas as tentações
Que trazem recordações
Sejam profanas, sejam sagradas!

Com o cantar das janeiras
Começam as festas e feiras
Que o ano preencherão,
Com gentes hospitaleiras
Por romarias inteiras…
Todos os dias de verão!

Quem não viu já dançarina
Tocada pela concertina
Num qualquer dos teus terreiros,
Dançar sempre em repentina
“A saia da Catarina”
Alegrando os forasteiros?!

Por todas as igrejas, capelas
Procissões, às vezes de velas
Alimentam pessoas com fé,
Todos podem participar nelas
Ou pôr as colchas sobre as janelas
Em redor das ruas da Sé!

Maravilhosos cestos floridos
De flores naturais coloridos
Com arte eles foram criados,
Por todos muito seduzidos
Sobre a cabeça são trazidos
Por minhotas, bem equilibrados!

Mas se há uma romaria
Onde nunca falta a alegria
E toda feita de tradição,
É a das festas da Agonia
Onde uma enorme euforia
Se impõe sempre em cada verão!

Gigantones e cabeçudos
Menores ou até mais graúdos
A ensurdecer com seus bombos,
Mais graves ou mais agudos
Todos aplaudem, até os miúdos!
- E não param na praça os pombos!

E no bairro dos pescadores
Em cada mesa há sabores
Dos mais merecidos banquetes,
Porque nas ruas todas as cores
Transformaram a noite em flores
- Que lindos que são os tapetes!...

…Para a Senhora passar
Após sua ida ao mar
Nos barcos – qual o mais enfeitado!?
Todos a querem saudar
Ou não fosse ela a guardar
Cada qual que ande embarcado!

E o cortejo da mordomia,
Do traje, e etnografia!
- Mas que festa tão grandiosa!
Com folclore de noite e de dia
Arraiais, pirotecnia!…
…Cachoeira grande e luminosa!

Quem te sonhou nesse Minho
Fértil terra e verde vinho
Lavradeira tão tradicional?!
Trajes, todos eles de linho
Para Santiago, és um caminho
Enriqueces todo Portugal!

Regionais linhos bordados
Artesanais, são fabricados
Para belas recordações,
Com muitas cores adornados
São azuis e são encarnados
São flores ou são corações!

Parte integrante do folclore
Loiça útil ou que decore
Planta fresca e balsâmica,
Pois quem dela se enamore
Em cada peça comemore
- Viana, a regional cerâmica!

E nas doces degustações
Saborosas são as sensações
Em cada sabor saboreado,
Quem sabe quais são as canções
Que embalaram todos os serões
Em que esteve o poeta Amado!?

Cada conta é a candura
De um ouro que sempre perdura
Seja qual seja a ladainha!
Cada pendente é a ternura
Por cada amada, a loucura
Todas com brincos à rainha!

Quem te sonhou junto ao mar
Por todo o mundo a navegar
Em ondas e águas mil?!
Quem quer ainda embarcar
Mesmo que só para recordar
Subindo a bordo do Gil?!

Quem criou as tuas raias
Transpô-las pelas alfaias
Lutou por ti sem temor?!
Quem se enfeitiçou porque saias
Do sol poente nas praias
Amou-te com todo o amor?!

Encontros de viajantes
Festivais emocionantes
Cultura para promover,
As terras mais fascinantes
Nem todos os diamantes
Unidos, conseguem ser!

Quem cantou a tua vida
Eloquente e destemida
E aos poetas deu voz!?
Só a nossa Amália querida
Para cantar foi ela nascida
Foi a voz de todos nós!

Quem te sonhou ó Viana
Com sangue que não engana
Como engana a fantasia?!...
Toda a gente declama
E sempre te proclama:
- Ó meu amor de algum dia…

sábado, 1 de dezembro de 2007

Vivi

VIVI


Os meus antecedentes

Por esta terra passaram,

Só recordo os mais recentes

Milhões para trás ficaram!


Nesta linha da vida

Há uma continuidade,

Por cada ser sentida

Em cada realidade!


Outros depois virão,

Que nunca me conhecerão,

Continuar a caminhada!

E eu sei que passei aqui!

O que importa é que vivi!

Mesmo pr’ós outros não sendo nada!


sábado, 17 de novembro de 2007

Aveiro Primeiro

AVEIRO PRIMEIRO

Se,

Recuarmos ao infinito do tempo

E encontrarmos a origem da vida

Sabemos que houve um momento

Em que ela assim foi definida;

Foi quando a imensidão dos mares

Se uniu com ao pó quente da terra

E nos mais perfeitos lugares

O segredo da vida se encerra;

Foi onde se encontrou a harmonia

Entre os elementos da natureza

No universo surgiu um novo dia

Repleto de pura beleza…

Também,

Se partíssemos do fundo do mar

E subíssemos ao alto da serra

Entre ambos iríamos encontrar

A essência da vida na terra…

Por isso,

Devemos todos concordar,

Que se da vida houvesse um viveiro,

Em Portugal onde ele iria estar,

Com certeza que era em Aveiro!

Primeiro,

Vou subindo no moliceiro

Pelas calmas águas da ria

E em cada canal eu diria:

Como não te vi antes Aveiro!?

Apreciando o belo casario

Que dos reis já se faz história

Não mais sairás da memória

Terra foz do Vouga, o rio

Salinas brancas na terra plana…

Quando te vejo sabes o que eu faço?!

Recordo a Infanta Joana…

Ovos moles na feira de Março…

Se houver quem não te aclama,

Compense-te o meu abraço!

Depois,

Não é por acaso Aveiro

Que mereces entrar no roteiro

Daqueles que surgem primeiro

Em Portugal e no mundo inteiro

Não é por acaso Aveiro!...

Dedicado a Aveiro (2007)

Martelo de S. João

MARTELO DE S. JOÃO


Na noite de S. João,

Havia uma tradição

Que a todos dava alegria!


Um martelo a assobiar,

Na cabeça a martelar,

Que às vezes até doía!


Mas vieram os forasteiros,

De muitos ares estrangeiros,

Todos de laranja vestidos!


Que sem nada perceber,

Noutro lado começam a bater,

E era vê-los destemidos.


E as moças até gostaram,

Pois as nádegas abanaram,

Para melhor lhe martelar!


E quem sabe se no rol,

Por causa do futebol,

A tradição não vai mudar!



(Dedicado ao S. João de Braga, 2004)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Patinho Azul

O PATINHO AZUL


Era uma vez um cavalo

Que corria, corria sem parar

E um pato estava a olhá-lo

E ria de patas para o ar!


Era feio, amarelo, grande bico

Um pato que parecia o mafarrico

Acordava logo cedo, manhãzinha

E comia um saco inteiro de farinha!


E o seu dono, que era o moleiro

Atrás do pato corria o dia inteiro

Resmungando, atirava-lhe com um pau

E dizia “porque não vem o lobo mau!”


E ao ver este espectáculo da janela

A carochinha não queria acreditar nela

Saiu de casa e foi até à floresta

E à avozinha contou a grande festa!


Como o capuchinho não se aproximou

O lobo mau pelo cavalo esperou

Montou-o que ele até estremeceu

E ao ver o pato logo o comeu


Por não ter quem para ele olhasse

O cavalo nunca mais correu

Por não ter a quem um pau atirasse

Enterrado em farinha o moleiro morreu!...



Quem te fez nascer Portugal!?...

Este é o maior poema: Portugal !

Quem te fez nascer Portugal!?...

(...)

Quem te fez nascer junto ao mar

Continente e oceano, a separar

Preciosidade que em si encerra,

Países inteiros a representar

Num mapa todos a englobar

— És tu o centro da terra!

(...)



Já pensaram que o mundo se representa com Portugal no centro, porque foram os portugueses os primeiros a desenha-lo!