terça-feira, 15 de setembro de 2015

sábado, 21 de julho de 2012

O Calvário de Cambeses


O Calvário de Cambeses

A pensar fico, por vezes
No valor daquela cruz
Enquanto subo, em Cambeses
O Calvário do Bom Jesus!

Capelinhas com judeus
E os Passos da Paixão
Olhados por olhos meus
- Jesus sofreu em vão!...

Ainda há fome e guerra
Barreira que não se parte
E magoa esta lembrança...

Mas a prova da esperança
Está nesta obra de arte
Ó artistas desta terra!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Poema Pós Mortem



Diz o morto que foi vivo
Palavras ditas outrora,
Se não faziam sentido
Que sentido fazem agora?!

No meu epitáfio vou ter
Bem-vindos à minha meta…
Riam-se, que mais há a fazer
Aqui jazz um poeta!

Viveu como um vagabundo
Entre o amor e o ódio
Ocupa o lugar mais fundo
Neste invertido pódio!

Houvesse ele paciência
Que este corpo esquartejasse
Evoluída era a ciência
E a vida continuasse.

Mas assim fala uma voz
Como se fosse de Belzebu
Para mim homenagens pós
Podem metê-las no cu!

(dedicado a mim)
13.01.2014

sábado, 29 de janeiro de 2011

Cidades do Minho

CIDADES DO MINHO



Cidades do Minho, cidades do Minho…
Quantas alegrias vós me dais!
Recebei estes versos com carinho!
É o que posso dar, não posso mais!

Barcelos, teus encantos,
São encantos sem igual!
Ao mundo, seus quatro cantos,
Levou o símbolo de Portugal!

Das margens do Lima à Santa Luzia,
Não se encontra nada mais belo!
Louça, ouro, folclore e alegria,
Bordados em ti, Viana do Castelo!

Famalicão, cidade nova,
Palco de muitas artes!
O teu povo é tua prova,
De crescer nunca te fartes!

Desde as brumas da memória
Até património mundial,
Em Guimarães se vive história
“Aqui nasceu Portugal”!

Santo Velho ou Santo Novo…
Não há santo que alguém safe!
Não respeitado este povo…
E usa-se a “justiça de Fafe”.

Próspera, plena, plural…
Desde a sé ao Bom Jesus!
A juventude como ideal…
Braga, eterna cidade luz!

Entardecer

ENTARDECER


Não é dia, não é noite
Não há sol, nem luar
O tempo fica suspenso
Num momento a pairar

E tu, já o viste, já o sentiste a passar?!
Já ousaste e paraste só para o observar?!

Não! Pois então, prepara-te para o fazer!
Sim! Mesmo assim, o podes voltar a ver!

Entardecer em cada dia
Ser o fim de uma jornada
Luz e trevas em harmonia
Como se fosse vida consumada!

Um Galo em Cada Aldeia

UM GALO EM CADA ALDEIA


Um galo em cada aldeia
De Barcelos eu queria ver
Seria esta a minha ideia
Que faria Barcelos crescer!

De pedra, metal ou madeira
Que importa de que fosse feito
Cada um fazia-o à sua maneira
Tal e qual fosse o seu jeito!

E quem Barcelos visitasse
Não havia de o esquecer
Em cada terra que passasse
Um galo haveria de ver!

Um galo que cantasse bem alto
Para todo o mundo ouvir,
Logo cedo pela madrugada!

Que todos acordasse em sobressalto
E a todos fizesse sorrir
Por uma terra ser recordada!

Campo da Feira

CAMPO DA FEIRA


Do Senhor da Cruz ao Hospital
Toda a gente que passa diz:
Esta é uma bela praça central
E tem no meio um chafariz!


As grandes árvores ali plantadas
Dão a cor a cada estação
No Natal ficam iluminadas
De verde enchem a praça no verão.


E quem visita não esquece
Seja qual for a idade
Só Barcelos é que merece
A feira no meio da cidade!

Inauguração

INAUGURAÇÃO


No momento da inauguração
Há uma fita a ser cortada,
Separa o tempo da construção
Do da obra acabada!

De um lado há uma homenagem
Em forma de lembrança escrita,
Há também uma mensagem
No outro lado da fita!

Uma mensagem de esperança
De termos um mundo melhor
Que encontramos na evolução!

Uma homenagem na lembrança
De quem trabalhou com rigor
E para quem dedicamos, com muita força, esta grande ovação!...

O Teu Castelo

O TEU CASTELO


Bem vinda a tua casa
Ao teu mundo, ao teu castelo!
Entra, vai ao espelho e procura:
Haverá algo de mais belo?!

Aqui és rainha, és princesa
É o que toda a gente diz!
E terás toda a riqueza!
Aqui só podes ser feliz!

Fecha a porta da tua rua
E que nada possa entrar!
Até podes andar nua,
E deitar-te a sonhar.
Mesmo com a cabeça na lua
Ninguém te vai incomodar!

Mas não te esqueças de bem te aprontares,
Sempre que à porta alguém bater!
Mesmo arriscando a te enganares,
Mais felicidade te poderá trazer!


(Dedicado à Ana Ferreira)

Ceramistas

CERAMISTAS


Quem procurar bonecos
Bonecos feitos de barro,
Já ouviu soar em ecos
O nome de Júlia Ramalho!

Mas há outros mais
Que esta terra brota,
São os bonecos artesanais
Feitos pela Júlia Côta!

Com tantos artesãos
Já se criou um império,
Ao qual vêm dar as mãos
Os bonecos do Mistério!

Assim por cada terra
Cada rua, cada praça,
Podem estar na berra
Também os da Baraça!

São os nossos ceramistas,
Estes e outros, muitos mais,
Os grandes e verdadeiros artistas
Das festas artesanais!

Loro Sae

LORO SAE


Com sangue se escreve tua história
Após Portugal te abandonar.
Como pode uma mãe guiar seus filhos
Não sabendo ela o rumo a tomar!?

Indonésia tomou-te em suas mãos.
Nação má, a primeira a te encontrar!
E tu, tão pequeno, tão só e sem irmãos,
Não sabias se querias nem podias recusar!

Mas cresceste e queres seguir a tua vida,
E a tua pobre mãe ouviu a tua voz,
Reuniu forças e lutou, destemida;
Transformou-se no orgulho de todos nós!

Pensamos que estás no rumo certo,
Mas já assim pensávamos no passado!
Sabemos teu destino ainda incerto,
Jamais alguém antecipará seu fado!

A vida é feita de dor e sofrimento,
Também feita de sonhos de criança,
O que todos desejamos neste momento:
Que Sol Nascente seja luz onde brilhe a esperança!

Poesia

POESIA

Há luar
No mar
A sorrir!
Há ondas
Redondas
A ir e vir!

E no céu
Há um véu
Só de estrelas!
São brilhantes
Cintilantes
São tão belas!

É magia
A poesia
Do sonhador!
Esta beleza
É com certeza
Do Senhor!

Olá Bébé

OLÁ BÉBÉ


Olá bebé!
Que linda, não é?!
Como se vai chamar?

Ana, pode ser?
Beatriz, está-se a ver!
Todos a querem pegar!

Que sejas muito bem vinda!
Que sejas sempre tão linda!
São os nossos desejos sentidos!

E muito feliz também!
Amada como ninguém!
Por muitos anos vividos!


(Dedicado à Ana Beatriz)

Festa das Cruzes

FESTA DAS CRUZES


Venham, venham forasteiros
Ao encontro dos terreiros
Onde a festa se anima,

Carrosséis e barraquinhas
E mais tendas e tendinhas
Uns em baixo, outros em cima.

E na festa a festejar
Os cortejos vão passar
Entre os arcos engalanados,

Cada um do seu lugar
Todos querem apresentar
Os mais bem apresentados.

As cruzes ornamentadas
Todas elas alinhadas
Numa grande união,

A todos fazem lembrar
A hora de meditar
O momento da oração.

E à noite com luzinhas
Todas elas às corzinhas
Os foguetes vão estoirar,

Com toda a gente feliz
É em Maio, só se diz
Para o ano vou voltar.

Rio Cávado

RIO CÁVADO


Para lá das montanhas do Gerês
Nas entranhas encontraste a nascente,
O teu leito com barragens, mais de três
São um feito de coragem desta gente!


Ao passar por Barcelos, suas terras
Ao desengano tuas águas são levadas,
Após deixar os encantos lá das serras
Ao oceano, sem mágoas serão chegadas!


Os afluentes em ti encontram o caminho
Que os leva calmamente até à foz,
Rio Cávado, és o maior rio do Minho!
És também o rio de todos nós!
Para sempre te cuidarem com carinho
Levantaremos eternamente a nossa voz!

Porque Corres

PORQUE CORRES


Porque corres,
Triste mortal!?
Não vês que o que pretendes
De nada te vale?!

É uma corrida em vão
Essa que fazes por um tostão!

Pára! Espera! Pensa!...
Esquece o patrão, a promoção e a recompensa!

Vive para ti! Vive para os teus!
Sorri, e agradece a Deus!

Com tanta pressa,
Logo, logo, tombarás,
E diz-me, se puderes...
Em quem pensarás!?...

Teus Elos, Barcelos

TEUS ELOS, BARCELOS


Barcelos, minha terra, terra nobre
Barcelos, são teus elos feitos de cobre;
De cobre, de bronze, de prata são,
Barcelos, são teus elos, a união
Que nos une à terra natal,
Que nos traça um destino final!
Para nós, tu és um tesouro;
Barcelos, são teus elos feitos de ouro,
De ouro, ouro polido e brilhante;
Barcelos são teus elos de diamante;
Diamante puro e transparente,
Barcelos, são teus elos feitos de gente!

Poema a Brincar

POEMA A BRINCAR


Ao brincar com as palavras
Uma nova emoção senti,
Parecia que tu me amavas
E eu te amava a ti!

Por isso...

Quis escrever um poema
Um poema complexo,
Saiu-me um ou outro fonema
Fiz um poema sem nexo

Como sem nexo é a vida
Se não se encontra sentido,
Mas...
Mesmo no trilho perdido
Há sempre uma saída!

Feira de Barcelos

FEIRA DE BARCELOS


Flores, frutos e legumes
Tudo o que da terra nasce
Se vende na grande feira
Couves, feijão e alface.

Plásticos e loiças também
O que a casa merece,
Só não sabe quem cá não vem
O que na feira acontece.

Há muito calçado e roupa
Para quem anda no moda,
Dizem que nos ciganos se poupa
Nas blusas e saias de roda.

Móveis, bonecos e bugigangas
Quais deles os mais belos,
São com certeza nestas bandas
Os galos, famosos, de Barcelos!

sábado, 27 de novembro de 2010

A Criação do Mundo

“A Criação do Mundo”

Estava eu a descansar
No meu trono imundo
Quando dou por mim a pensar
“Acho que vou criar o mundo”!

Juntei o lixo à volta
Amarrotei-o bem apertado
Fiz uma bola torta
E disse "está o mundo criado"!

Joguei-o pelo ar fora
Até onde ele quis parar
E nunca mais o vi...

Disse-me o diabo agora
Que o foi observar
E chora de tanto que ri!



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Janela da Alma

Janela da Alma

Humanos, de vós vejo um outro mundo
De íntimos desejos realizados transposto
Às vezes me dais prazer, outros desgosto
Por tão fútil ser, ou então… profundo…

Guerra e amor, felicidade e dor, sem qualquer pudor
Que por palavras, imagens e sons no íntimo tocam
Histórias, dedicatórias, ou ideias inglórias que chocam
Sinais de grande valor, misturados com gritos de terror...

E tudo, tudo sem haver um limite
Excepto o daquele que o transmite
E que pela liberdade ao anonimato se remete,

Entre blogs, chats, emails, webcams, sei lá que mais
Sítios nobres que num clique me enojais
Estranho mundo por onde vos manifestais, o da internet!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Quem Te Sonhou Ó Viana?!...

(Por ocasião da Romaria da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, publico aqui o meu poema "Quem te sonhou ó Viana?!..." dedicado a esta maravilhosa cidade e vencedor de uma Menção Honrosa atribuída pela Câmara Municipal no âmbito das comemorações dos 750 anos do Foral)

Quem te sonhou ó Viana?!...


Quem te sonhou ó Viana?!...

Quem te sonhou, ó Viana
Criou o que de ti emana
E te fez nobre e singela?!
Só pode ser quem te ama
Quem sempre te aclama
Ou não foras sempre tão bela!

Quem te deu tamanha glória,
E te fez ficar na história
Com a linda caravela?!
Tão grande é a vitória
Que jamais sairá da memória
Como foras pura donzela!

Quem te fez crescer assim
Envolta nesse jardim
De natureza criado?!
Eu direi de mim para mim
Só arte divina, só sim
Te pode ter edificado!

Quem te sonhou ó Viana
Tão fina como a filigrana
Luzente como o seu ouro?!
Possante como a porcelana
Com nobre moldura humana
- Por tudo és um tesouro!

Terra plena de ternos encantos
Céu azul, e com verdes campos
De um terminar quase sem fim!
E em todos os teus recantos
Há magia, e eles são tantos
Quem pode ter sonhado assim?!

Tu tens rio, também tu tens mar,
Tu tens montanhas de encantar
Que se perdem no horizonte!
Quem quiser por ti passear
Nunca mais vai poder parar
Tal a sede de que és fonte!

És cidade monumental
Tão perfeita e magistral
Para quem quiser aprender,
Aquilo que é essencial
Um saber muito natural
Que feliz faz sempre viver!

Agradecer ao nosso quinto rei
De Portugal, é o que eu farei
Por esta terra, por todos nós!
Como o fez, isso eu não sei
Mas o foral foi a sua lei
No rio Lima, na sua foz!

Com este poema singelo
Que por simples sempre nivelo
Com um sentimento profundo,
Pois não há nada de mais belo
Que esta Viana do Castelo
Conheça-se ele todo o mundo!

Tu és a cidade encantada
Seja dia ou seja madrugada
Em cada rua e em cada praça!
Tu tens em cada fachada
Uma pérola bem adornada
Que com surpresa me abraça!

Desde a montanha até ao rio
Um enorme e vivo desafio
E ninguém o pode perder!
Cada passo que eu delicio
Cada vez mais eu desconfio
Que ficou muito ainda por ver!?

Do redondel até à praia norte
Tudo se sente que nos reconforte
Sejam sons, olhares, ou odores,
Pois aqui tudo é muito forte
Ou não fosse esta terra de sorte
Moldada pelos pescadores!

Nas ruelas do histórico centro
Por entre elas eu sempre só entro
Se tiver muito tempo, enfim,
Porque nelas eu me reconcentro
E após eu estar lá dentro
Perdido eu fico de mim!

Museus e igrejas também
Preciosidades aqui e além
Oh! Cidade tão palaciana!
Tens em todo este vai e vem
Uma imagem que a vista retém
Junto à estátua de Viana!

Quem te sonhou talvez já saberia
Que alguém por ti interviria
Lá mesmo juntinho do céu!
Bendita Santa Luzia
Sempre ela te abençoaria
Cobrindo-te com o seu véu!

Só sabe quem lá subiu
Aquilo que descobriu
E jamais o esquecerá,
Porque tudo o que sentiu
Ao ver aquilo que viu
Por palavras não se dirá!

O poeta disse um dia
Que ao olhar o que de lá via
Não podia se expressar…
…Era tanta a poesia
Que só uma coisa sentia:
- A vontade de chorar!

A cidade, o rio, o mar
Até onde a vista alcançar
Com praias e serras também!
As cores moldam o olhar
E o tempo parece parar
- Celestial imagem detém!

No regresso fica uma mensagem
Ditada por aquela paisagem
Que sempre nos faz recordar…
Façamos qual for a viagem
Ao vermos aquela imagem
A Viana nos sentimos chegar!

Quem te sonhou com tradições
Que enchem os nossos corações
Pois com todas tu agradas!?...
São muitas as tentações
Que trazem recordações
Sejam profanas, sejam sagradas!

Com o cantar das janeiras
Começam as festas e feiras
Que o ano preencherão,
Com gentes hospitaleiras
Por romarias inteiras…
Todos os dias de verão!

Quem não viu já dançarina
Tocada pela concertina
Num qualquer dos teus terreiros,
Dançar sempre em repentina
“A saia da Catarina”
Alegrando os forasteiros?!

Por todas as igrejas, capelas
Procissões, às vezes de velas
Alimentam pessoas com fé,
Todos podem participar nelas
Ou pôr as colchas sobre as janelas
Em redor das ruas da Sé!

Maravilhosos cestos floridos
De flores naturais coloridos
Com arte eles foram criados,
Por todos muito seduzidos
Sobre a cabeça são trazidos
Por minhotas, bem equilibrados!

Mas se há uma romaria
Onde nunca falta a alegria
E toda feita de tradição,
É a das festas da Agonia
Onde uma enorme euforia
Se impõe sempre em cada verão!

Gigantones e cabeçudos
Menores ou até mais graúdos
A ensurdecer com seus bombos,
Mais graves ou mais agudos
Todos aplaudem, até os miúdos!
- E não param na praça os pombos!

E no bairro dos pescadores
Em cada mesa há sabores
Dos mais merecidos banquetes,
Porque nas ruas todas as cores
Transformaram a noite em flores
- Que lindos que são os tapetes!...

…Para a Senhora passar
Após sua ida ao mar
Nos barcos – qual o mais enfeitado!?
Todos a querem saudar
Ou não fosse ela a guardar
Cada qual que ande embarcado!

E o cortejo da mordomia,
Do traje, e etnografia!
- Mas que festa tão grandiosa!
Com folclore de noite e de dia
Arraiais, pirotecnia!…
…Cachoeira grande e luminosa!

Quem te sonhou nesse Minho
Fértil terra e verde vinho
Lavradeira tão tradicional?!
Trajes, todos eles de linho
Para Santiago, és um caminho
Enriqueces todo Portugal!

Regionais linhos bordados
Artesanais, são fabricados
Para belas recordações,
Com muitas cores adornados
São azuis e são encarnados
São flores ou são corações!

Parte integrante do folclore
Loiça útil ou que decore
Planta fresca e balsâmica,
Pois quem dela se enamore
Em cada peça comemore
- Viana, a regional cerâmica!

E nas doces degustações
Saborosas são as sensações
Em cada sabor saboreado,
Quem sabe quais são as canções
Que embalaram todos os serões
Em que esteve o poeta Amado!?

Cada conta é a candura
De um ouro que sempre perdura
Seja qual seja a ladainha!
Cada pendente é a ternura
Por cada amada, a loucura
Todas com brincos à rainha!

Quem te sonhou junto ao mar
Por todo o mundo a navegar
Em ondas e águas mil?!
Quem quer ainda embarcar
Mesmo que só para recordar
Subindo a bordo do Gil?!

Quem criou as tuas raias
Transpô-las pelas alfaias
Lutou por ti sem temor?!
Quem se enfeitiçou porque saias
Do sol poente nas praias
Amou-te com todo o amor?!

Encontros de viajantes
Festivais emocionantes
Cultura para promover,
As terras mais fascinantes
Nem todos os diamantes
Unidos, conseguem ser!

Quem cantou a tua vida
Eloquente e destemida
E aos poetas deu voz!?
Só a nossa Amália querida
Para cantar foi ela nascida
Foi a voz de todos nós!

Quem te sonhou ó Viana
Com sangue que não engana
Como engana a fantasia?!...
Toda a gente declama
E sempre te proclama:
- Ó meu amor de algum dia…

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sol

SOL


O sol quando nasce,
A todos vem visitar.
Há quem diga que renasce
Outros parece ofuscar!

Tudo está dentro de nós,
Na forma de o sentir!
Uns acompanhados estão sós,
Outros sós estão a sorrir!

E se alguém desejar
Um dia a vida mudar
Para melhor a viver,

Só terá que pensar
No que quer realizar
Porque querer é poder!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Semana Santa

SEMANA SANTA

Quando mantos de cor púrpura
E incensos compõem a cidade,
Uma oração deve ser feita
Com devoção e dignidade:

Meu Senhor, meu bom Jesus
Quão longo foi o teu calvário!
Acompanhamos os teus passos até à cruz
Recordamos a tua face no sudário!

E a tristeza que nos invade nestas ruas
Quando te vemos ao passar, na procissão,
É compensada por ouvirmos palavras tuas
É compensada por tu seres a ressurreição!

Meu Senhor, meu bom Jesus
Do calvário até à cruz
Pelas ruas da cidade,
Que sejas um sinal de luz
Que cada um de nós conduz
Pelos caminhos da verdade!

Saber

SABER

Quis saber a fundo
Como tudo acontece
Hoje riu-me do mundo
É só o que ele merece!

Era assim que eu pensava
Ao ver a realidade
Hoje penso diferente
Por ver nova verdade!

Do amor, da poesia, da vida,
De tanta coisa esquecida,
Que ninguém consegue ver!
Que afinal o que importa,
É não ter uma vida morta,
Mas vontade de viver!

Lenda do Galo

LENDA DO GALO

Era uma vez um galo
Todo de cores pintado
Para uma lenda recordar,
De um crime cometido
Sem se saber quem havia sido
Até de um galego se suspeitar!

Um galego que viajava
Que Santiago venerava
Mas que do cárcere não escapou,
À forca foi condenado
Mas antes de ser enforcado
Um desejo realizou!

Na mesa do magistrado
Havia um galo assado
Que haveria de cantar,
Na hora do enforcamento
Esse seria o momento
De sua inocência provar!

E para espanto geral
O que aconteceu afinal
O galo ergueu-se e cantou!
Não morreu o inocente
E ficou p’ra todo sempre
A lenda que o galo eternizou!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal

Mensagem de Natal


Natal não é todos os dias,
Mas é quando o Homem quiser
Pois é o Homem que o faz!

É algo mágico e especial
Maior que luzinhas, doces ou presentes
- É um sentimento de Paz!...

…Saúde, Amor, Felicidade…

É tudo o que a ti desejo,
Agora e p'ra todo o sempre,
E também p'ra todos aqueles
Que na tua vida dizem presente!

Feliz Natal

sábado, 1 de dezembro de 2007

Mãe Palavra Mãe

MÃE PALAVRA MÃE


Com três letras apenas
Se escreve a palavra mãe…
Curiosidades pequenas,
Que significados contém?!

Sem consonância e sem rima
Na nossa língua portuguesa
Não tem verso que exprima
Seu significado, sua beleza!

Palavra singular esta
Na nobre língua de Camões…
E nada mais nos resta
Do que encher os corações!

Por esta raridade diria:
É tão grande o seu amor
Que nem pela poesia
Se exprime o seu valor!



Agradecimento à Mãe

AGRADECIMENTO À MÃE


Eu…

Senti-te ainda não era nascido

Olhei-te mesmo sem conseguir ver

Sorri-te sem saber qual o sentido

Chamei-te mesmo sem nada dizer


E tu…

Alimentaste-me mesmo sem teres alimento

Protegeste-me estando tu desprotegida

Acompanhaste-me sempre e em cada momento

Por mim darias a tua vida


Por isso…

Ninguém há que seja mais importante

No coração me trazes a cada instante

Ninguém há nem que seja num segundo


Então…

Enquanto a voz de mim fizer um ser falante

Gritarei para que ninguém fique hesitante:

Obrigado – mãe – porque me trouxeste ao mundo!





(Dedicado à Minha Mãe)

Esperança

ESPERANÇA


Há uma luz de esperança

No nascer duma criança


Todos a devem sentir

E saudá-la a sorrir


É a nossa obrigação

É obra do coração


É a nossa eternidade

Posta à prova de verdade


O continuar da vida

Sempre com paixão sentida


Porque não estamos sós

Isto está pr’além de nós



Mulher

MULHER


Haverá algo mais perfeito

Do que um corpo bem feito

Com tudo o que se quer

No corpo de uma mulher!?


Como seda é sua pele

Perfumado o seu odor

Sabor doce como o mel

A escultura do escultor!


Música é sua voz

Movimento a sedução

Um modelo pintado a sós

O calor duma paixão!


Haverá algo mais perfeito

No corpo duma mulher?!...

- Há, e é certamente um feito!

Ser mãe quando ela quer!


Vivi

VIVI


Os meus antecedentes

Por esta terra passaram,

Só recordo os mais recentes

Milhões para trás ficaram!


Nesta linha da vida

Há uma continuidade,

Por cada ser sentida

Em cada realidade!


Outros depois virão,

Que nunca me conhecerão,

Continuar a caminhada!

E eu sei que passei aqui!

O que importa é que vivi!

Mesmo pr’ós outros não sendo nada!


sábado, 17 de novembro de 2007

O mundo nas minhas mãos


O MUNDO NAS MINHAS MÃOS


Se eu tivesse o mundo nas mãos!
Ai se eu tivesse o mundo nas mãos!...

Ele seria belo, nobre, maravilhoso
Não havia guerras, nem fome, nem dor!
Se eu tivesse o mundo nas mãos
Tudo seria diferente
Porque a vida era transparente
E todos sentiam o verdadeiro amor!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Não havia ricos nem pobres
Porque os que tinham mais
Davam aos que tinham menos
E todos seriam iguais!

O crescimento não se media pela economia
Mas pela amizade, pela cooperação e pela simpatia,
Não havia desemprego nem imposto
Porque todos trabalhavam com gosto
Para construir um mundo com dignidade
- E nunca por obrigação ou necessidade!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ninguém tinha medo de se sujar
Sempre que fosse necessário algo fazer!
Não havia doutores nem subordinados
E todos eram sempre respeitados!

O ambiente era limpo e não havia poluição
Só se produziam produtos saudáveis
Até as embalagens eram biodegradáveis!
Não havia ginásios nem comidas rápidas
Cada um usava a sua energia em coisas práticas!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Não havia limites, nem muros, nem fronteiras
Cada pessoa vivia onde e como desejasse
E respeitavam-se as diferentes maneiras
Ainda que com elas não se concordasse!

Não havia prisioneiros nem cadeias
Porque o crime era abolido
E as polícias não faziam sentido!

As mulheres não praticavam o aborto
Porque havia planeamento familiar,
E as crianças não eram abandonadas
Porque tinham sempre alguém delas a cuidar!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Todas as crianças iam à escola
E aprendiam matérias úteis
Nunca levavam na sacola
Jogos de guerra e coisas fúteis!

As pistolas e outras palavras
Não estavam no dicionário
Porque as armas não existiam
E o poder não era o objectivo diário!
A tecnologia usava-se, sim
Mas para que todos conhecessem
O mundo como um imenso jardim!

Não havia na internet pornografia
Nem filmes com violência na tv
A publicidade para a cultura remetia
E o resultado esperado cada um o vê
Pois se o mal não entrar na imaginação
Não se transforma um dia em acção!

Os grandes valores não eram materiais
Mas humanos, e para todos iguais
Valorizava-se o saber, a inteligência, a dedicação
E até os menos capacitados se tinham como normais
Pois quando se olha com coração
Até nos mais fracos se vêm coisas especiais!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Desde cedo se distinguia
O que é a brincar e o que é sério
E dos mais novos aos anciãos
Tal nunca se misturaria
Para do mundo não haver mistério!

Os jovens não tinham comportamentos de risco
Porque a responsabilidade era a sua lei,
Não havia mortes na estrada
Porque os automóveis andavam devagar
E todos tinham sempre tempo para chegar.

Não havia droga nem prostituição
Pois cada pessoa era feliz na sua íntima união
E não existia o dinheiro
Porque tudo se distribuía sem condição.

Os hospitais quase não eram necessários
Os medicamentos só na última opção
Os lares, orfanatos e berçários
Substituídos pela família, com coração!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ninguém desejava ter fama
Apenas dormindo na cama
Mas os homens eram conhecidos
Por trabalhos por eles desenvolvidos!

Todos frequentavam a universidade
Porque o conhecimento era a prioridade
Todos sabiam escrever, pintar e compor…
A cultura e a arte eram vividas com primor!

Não havia preguiça, nem injustiça, nem inveja
Não se pediam desculpas
Não se sentiam culpas
Nem se pagavam multas!

Não se corria contra o tempo
Nem se fazia da vida um tormento!
Ninguém se suicidava
E só de felicidade se chorava!

As diferenças eram respeitadas
Cada um respondia por si
E só faria pelos outros
O que gostava que fizessem por si!

Se eu tivesse o mundo nas mãos
Ele era simples, belo, pleno
Repleto de enriquecimento
Em cada pessoa, animal, ou flor
E até no último momento
A despedida era um acto de amor!

Se eu tivesse o mundo nas mãos…
Mas…
Eu não tenho o mundo nas mãos!
Não tenho, não…
Ensinaram-me…
Ensinaram-me eu aprendi
Que não tenho o mundo nas mãos
Ensinaram-me
Que o mundo não está nas minhas mãos…
O mundo
Está nas mãos de Deus!




(Julho de 2007)

Espaço em branco

ESPAÇO EM BRANCO


Este espaço em branco deixado

É para nele haveres colocado

O que de mim gostavas de ouvir!

E quem me dera a mim saber

O que nele vais escrever

Para melhor te poder sorrir!

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Um poema chamado Viana

UM POEMA CHAMADO VIANA


Não há palavras para descrever

Aquilo que estou a ver, aquilo que estou a sentir!

Não há palavras para definir…

Esta alegria tamanha que sobre mim se abate,

Esta emoção intensa que me tomou de arrebate

Não há palavras!...


Como pode alguém viver

Sem esta terra conhecer,

Sem nela se embrenhar,

Sem por ela se encantar!?


Sim, eu sei, o mundo é imenso!...

Há milhares de lugares belíssimos!

Milhares de terras encantadoras!...


Mas Viana!...
Viana é singela, é pura, é nobre!

Viana tem encantamento que qualquer pessoa descobre,

Seja ela abastada ou, como dizer, sim, pessoa mais pobre,

Pois desperta sentimentos que o quotidiano encobre…

— O dinheiro dos ricos esta beleza não compra!

A simplicidade dos pobres a mesma beleza encontra!


…Na paisagem, no património, nas tradições, na gastronomia

Nos materiais que mãos transformam em arte, por magia!

— Conhecer Viana é sinónimo de ser feliz,

É conhecer a obra do mais perfeito artista,

E não é por acaso que toda a gente diz:

— Viana é amor à primeira vista!



Dedicado a Viana do Castelo (2006)

Menina Linda

MENINA LINDA


Minha menina linda,

És a coisa mais querida,

O sol da minha vida

Que no meu coração não finda!


Conheci-te uma donzela

Ajudei-te a crescer.

Hoje, continuas bela

Transformas-te todo o meu ser


A melhor mulher do mundo

Um dia eu te chamei

Disse-te coisas que não sei!

Não te esqueci nem um segundo!


Ainda que a poesia

Nada tenha para te dizer,

Só por ti eu diria

Já valeu a pena viver!


Pois agora eu percebi

Mesmo que não penses assim,

Mais do que tu gostares de mim,

O importante é que eu gosto de ti!




Um poema de amor

UM POEMA DE AMOR


Um poema de amor aqui escrito

Como o fizeram todos os poetas,

Mesmo usando palavras incorrectas

Pode ser declamado como favorito;


Amor que todos os cantores cantaram,

Melodias por compositores compostas,

Estátuas nuas em museus expostas,

Pintores que em telas fantasiaram;


Causa maior de todas as histórias

Em nobres salões e palcos encenadas,

Em livros, filmes, e nas memórias…


…Enredos que mais não são que o reflexo

De hormonas em entranhas segregadas…

Pois, o que seria do amor se não houvesse o sexo!?...




O Atleta

O ATLETA


O atleta esforçado

Merece ser recompensado.

Cada prova é uma batalha,

A luta por uma medalha,

Um objectivo alcançado!


Individual ou em equipa

O seu clube dignifica.

E com grande emoção,

Todos o aplaudirão

Por uma imagem que fica,


De um dia glorioso,

Um atleta vitorioso,
Para sempre no nosso coração!...



Poema para o meu amor

POEMA PARA O MEU AMOR


O teu olhar parou o meu olhar num mar de gente

A dançar, sem o passo acertar, eu te falei

Foste o meu contentamento descontente

Desd’aquele primeiro momento que te olhei.


Seis anos são passados entretanto

Em praias, passeios, noites, e uma flor

Hoje, eu te desejo tanto, tanto...

Tu és e tu serás eternamente o meu amor!


Do meu sombroso Porto à tua airosa Viana

Minhas mãos irei pôr em tua algema.

Será esse, agora e sempre, meu único e grande lema!


Porque a sina não perdoa a quem ama,

Pensando em ti eu peguei a minha pena,

E – minha querida Cidália – para ti, escrevi, com amor, este poema!...


(dedicado à Cidália)

Oitenta e Nove Freguesias

OITENTA E NOVE FREGUESIAS


Oitenta e nove freguesias

Formam um concelho sem fim,

Vila Cova aponta para o mar

Para a montanha aponta Martim!


Negreiros lá mais a sul

É uma terra com sorte,

Só difere de Balugães

Por esta ser mais a norte!


Ucha, Lama e Manhente

São nobres como Adães,

Em Carapeços há boa gente

Como em Barqueiros e Durrães!


Alvito, Tamel, e Areias

São recordadas muitas vezes,

Mas há quem sinta nas veias

A freguesia de Cambeses




(dedicado a Barcelos, 2003)

Quero Amar-te

QUERO AMAR-TE


Quero amar-te como ninguém te amou;

Em toda a parte quero ter-te sem fim;

Como se fosses tu uma parte de mim;

Amar-te até desconhecer quem sou;


Quero encontrar-te se ninguém te encontrou;

Passear contigo entre as flores do jardim;

Colher as mais perfumadas que o jasmim;

Para que por ti saibas quem se apaixonou.


Quando te imagino sabes o que eu vejo:

Alguém que encheria todo o meu ego;

Por isso encontrar-te é o que eu almejo.


E se não podes amar-me por medo

Aqui te deixo um secreto desejo:

Seremos amantes em grande segredo!